The Monkees Os Monkees Estão Soltos (Head)
Em setembro de 1966 foi ao ar o primeiro episódio de uma série de televisão sobre uma banda de rock: The Monkees. O seriado durou 58 episódios, até 1968, foi um grande sucesso. Também foi produzido um filme em 1968, Os Monkees Estão Soltos (Head). A banda era inspirada nos Beatles e chegou a lançar discos com as músicas do seriado. Mas o problema é que os atores, que também eram músicos, pouco participavam dos discos, os produtores preferiam que músicos profissionais fizessem as gravações. Uma curiosidade: o cantor Stephen Stills (do Buffalo Springfield e do Crosby, Stills, Nash & Young) seria um dos membros da banda, mas desistiu, indicando seu colega de quarto, Peter Tork, que foi aceito.
Sem o programa de TV, a banda precisava de algo novo para manter a popularidade, e nada melhor que um filme para fazer isso! A direção ficou por conta do produtor da finada série Bob Rafelson que chamou para uma ajudinha o novato Jack Nicholson. Nicholson era um ator iniciante em L.A e andava escrevendo alguns roteiros meio sem pé nem cabeça, como o The Trip, estrelado por Peter Fonda, que narrava do íncio ao fim uma viagem de LSD. Se alguém pensou que ele iria maneirar no filme dos Monkees, estava enganado. Head foi talvez o roteiro mais insano da sua carreira, tentando fazer uma crítica ao consumismo da música pop mas ao mesmo tempo fazendo um samba do crioulo doido com algumas paródias, números musicais, imagens de guerra, takes submarinos, coca-colas no deserto, Frank Zappa e momentos de pura piada. Tudo isso sem nenhuma cronologia e abusando de cores exageradas e imagens desfocadas. Head ficou conhecido como “A Hard Day’s Night On Acid”. Logicamente o filme foi um fracasso, já que nem os produtores resolveram apostar num possível sucesso e a divulgação foi bem fraca. Apesar disso, os Monkees até hoje são muito orgulhosos do resultado final, certamente o projeto mais ambicioso da carreira.
A trilha sonora de Head saiu em dezembro de 68, apresentando seis excepcionais canções, alguns diálogos sem sentido e trechos do filme.
Depois da fantástica "For Pete’s Sake", Peter Tork reaparecia com inspiradas composições. Levemente influenciada pelo Love, "Can You Dig It?" esbanjava arranjos orientais, aparecendo no filme em uma cena com belas e psicodélicas dançarinas do ventre. Já "Long Title: Do I Have To Do This All Over Again?" era um rock de guitarras muito bem sacadas. Michael Nesmith contribuía com mais uma excelente canção, "Circle Sky", introduzida pela estranha Ditty Diego com vozes em rotação alterada satirizando o tema dos Monkees e "War Chant", uma irônica crítica à guerra do Vietnâ. Em meio a gritos histéricos de ‘We Want Monkees’, a banda entrega ‘Gimme a W, Gimme a A, Gimme a R/ What does it spell? WAR!!. respondia o público. Fazendo a banda soar como os mestres da guerra e ao mesmo tempo transformando os velhos babões em superstars. "Circle Sky" era um rock pesado, levemente tosco e com alguma influência de Bo Didley.
No entanto as duas melhores músicas eram da autoria de Carole King. "The Porpoise Song" é talvez a melhor canção da carreira dos Monkees e poderia até ser classificada como “a melhor canção que Lennon não fez”, tamanha a semelhança com as composições do beatle. A ultra psicodélica aparecia em uma cena logo no início, com Mickey Dolenz (que a cantou com maestria, diga-se de passagem) nadando junto com sereias coloridas e no final, com a banda toda dentro do mar. "The Porpoise Song" ficou conhecida como o tema do Head e até apareceu no filme Vanilla Sky de Cameron Crowe.
Em parceria com Toni Stern, Carole King deu aos Monkees a balada perfeita "As We Go Along", com pitadas de psicodelia em outra excelente atuação de Dolenz nos vocais.
domingo, 31 de maio de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário